Através da Igreja Católica e Apostólica Romana e por consequência também através da Igreja Protestante (vulgo evangélica) aprendemos que Jesus foi crucificado para que seu sangue fizesse com que os pecados da humanidade fossem pagos perante Deus.
Eis que pergunto para você: Será que essas informações passadas são de fato a verdade ou fomos enganados pelos líderes religiosos?
Saindo de uma ótica religiosa e partindo para um estudo em caráter histórico precisamos analisar alguns aspectos, que são: a época em que Jesus viveu, qual era sociedade que Ele pertencia, qual era o tipo de cultura, quem era a sua família, entre outros aspectos.
É fato que Jesus era judeu; nascido, criado e educado na cultura e na sociedade judaica!
Um equívoco que a Igreja Católica Romana implantou nas mentes dos fiéis foi fazer as pessoas acreditarem que Jesus não era filho de José, justamente para promover a suposta virgindade literal de Maria.
Ora, tenhamos bom senso!
Com todo respeito à mãe de Jesus, mas Maria de Nazaré pelo simples fato de ser MÃE, era tão virgem literalmente falando quanto à minha e à sua mãe querido(a) leitor(a).
Temos que separar o que é linguagem filosófica de linguagem literal.
Maria era virgem no sentido espiritual!
É tão clara a questão da paternidade de José que encontramos referências na própria Bíblia a esse respeito em Mateus 13:55, por exemplo:
“Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, Simão e Judas?”.
Perceba nesta passagem que a própria Bíblia diz que Jesus era filho de José e que Ele tinha irmãos!
Você sabia que o Evangelho de Mateus que temos hoje na Bíblia onde diz que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo possivelmente foi adulterado pela Igreja?
Pois é! Segundo o Dr. Severino Celestino da Silva que é teólogo e professor do Curso de Ciências das Religiões na Universidade Federal da Paraíba, diz que o Evangelho de Mateus na versão da seita judaica dos Ebionitas (sociedade que existiu aproximadamente até o segundo século da Era Cristã) cita José como pai biológico de Jesus e que essa informação foi adulterada no Concílio de Nicéia em 325 d.C. pela Igreja Católica e Apostólica Romana.
E por que eu insisti tanto nesta questão até o momento? E o que isso tem em relação ao motivo da crucificação de Jesus?
Você alguma vez já estudou a genealogia de Jesus? Não?
Pois é aí que está a chave do real motivo da crucificação de Jesus Cristo!
Para o estudo da genealogia, vamos recorrer ao Evangelho de Mateus 1:1-16, que diz o seguinte:
“Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos;
E Judá gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão;
E Arão gerou a Aminadabe; e Aminadabe gerou a Naassom; e Naassom gerou a Salmom;
E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé;
E Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.
E Salomão gerou a Roboão; e Roboão gerou a Abias; e Abias gerou a Asa;
E Asa gerou a Josafá; e Josafá gerou a Jorão; e Jorão gerou a Uzias;
E Uzias gerou a Jotão; e Jotão gerou a Acaz; e Acaz gerou a Ezequias;
E Ezequias gerou a Manassés; e Manassés gerou a Amom; e Amom gerou a Josias;
E Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na deportação para babilônia.
E, depois da deportação para a babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel gerou a Zorobabel;
E Zorobabel gerou a Abiúde; e Abiúde gerou a Eliaquim; e Eliaquim gerou a Azor;
E Azor gerou a Sadoque; e Sadoque gerou a Aquim; e Aquim gerou a Eliúde;
E Eliúde gerou a Eleázar; e Eleázar gerou a Matã; e Matã gerou a Jacó;
E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo”.
Você percebeu que na passagem eu deixei destacado em vermelho a parte que fala que Jesus é descendente do Rei Davi (Rei dos Judeus)?
Para Jesus ser o Messias de acordo com a tradição judaica, Ele teria que ser descendente do rei Davi por parte de pai.
Perceba o seguinte: Se Davi era rei, isso significa que na terra de Jesus o sistema político era a monarquia e se Jesus era descendente DIRETO, ou seja, herdeiro da dinastia do rei Davi isso significa que Jesus era o rei dos Judeus!
Para você ver que não estou falando abobrinhas, veja as próprias palavras de Jesus em Marcos 15:1-2:
“Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim”.
Estamos construindo o quebra-cabeça, já já vamos entrar na questão dos judeus que mandaram crucificar o próprio rei.
Muita calma nessa hora!
Agora que sabemos quem era Jesus de fato, vamos estudar outro ponto: a crucificação!
A crucificação surgiu na Pérsia como um método de tortura aos escravos no qual os levaria a óbito da forma mais cruel que já se ouviu falar na época.
Esse método foi adotado pelos romanos na época de Alexandre, o Grande, por volta de 300 a.C.
Você se lembra que na época de Jesus, Roma escravizava Israel?
Pois é! Perceba que se os romanos queriam ter os judeus como escravos, o fato de ter um inimigo político como Jesus complicaria muito os planos de Roma, visto que Ele era da dinastia davídica além de ser um grande sacerdote da comunidade judaica que conduzia multidões de seguidores.
Porém os romanos não estavam sozinhos politicamente falando contra Jesus. Os judeus pertencentes às seitas dos fariseus e dos saduceus (conforme narra o Evangelho) “não iam com a cara de Jesus”.
Então os romanos se aliaram a esses “judeus” (que inclusive esses judeus eram as pessoas da multidão que mandaram crucificar Jesus). Tanto que muitos fariseus que faziam parte do Sinédrio, como Saulo de Tarso, por exemplo, possuíam a cidadania romana.
Através dessa aliança política, os romanos conseguiram crucificar Jesus.
A pressão sobre o povo era tanta, que foi por essa razão que os romanos escreveram na cruz: Eis aqui Jesus, o Rei dos Judeus!
Essa inscrição era uma mensagem de Roma para aqueles judeus que eram seguidores de Jesus, no qual significava que como Roma conseguiu capturar o Rei de Israel, logo todos os judeus deveriam se render ao Império Romano.
Como você pode ver, o real motivo da crucificação de Jesus foi político!
Bibliografia:
Que Jesus nos ilumine sempre!
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